segunda-feira, 2 de maio de 2011

Teste da Orelhinha

A nova lei federal do teste da orelhinha foi sancionada o que torna obrigatório um teste responsável pela detecção da deficiência auditiva pela triagem auditiva neonatal e que garante a população carente, acesso ao exame pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
No Brasil, estima-se que a cada 1.000 crianças nascidas, de três a cinco têm deficiência auditiva. Dados do Ministério da Saúde indicam que, em 2009, dos 2 milhões de partos realizados no SUS, cerca de 270 mil bebês nascidos passaram pelo teste, apenas 13% do total.
Se a surdez não for diagnosticada dentro dos primeiros seis meses de vida, ela compromete muito o desenvolvimento cognitivo da criança. Esta criança não vai desenvolver a fala, irá encontrar sérias dificuldades em adquirir conhecimentos e em se alfabetizar.
Essa triagem auditiva neonatal dá pouca importância as alterações da orelha média. Crianças com otite média secretora no período neonatal estão em risco de desenvolver otite média no primeiro ano de vida.
Priscila K.P.Santana e colaboradores fonoaudiólogos da Universidade Federal de S.Paulo procuram determinar se as crianças que foram reprovadas na triagem auditiva por causa da perda auditiva condutiva vão apresentar mais episódios de perda auditiva condutiva durante os primeiros anos de vida.
O grupo de estudo foi composta por 62 crianças que no rastreio neonatal tiveram um comprometimento condutivo. O grupo controle foi composto de 221 crianças do mesmo sexo e idade que passaram no teste. Ambos os grupos tiveram assistência audiológica e otorrinolaringológica e foram comparados quanto à ocorrência de distúrbios condutivos. Foram utilizados testes estatísticos para comparação . O estudo foi prospectivo e retrospectivo.
As crianças que falharam na triagem do distúrbio de condução tiveram mais episódios de otite média durante o primeiro ano de vida do que aqueles que não falham, com diferença estatisticamente significante. Concluem os autores que as crianças que falharam na triagem do teste da orelinha, no primeiro mês de vida com a alteração condutiva são mais propensos a apresentarem otite no primeiro ano de vida. A alta incidência de otite aponta para a necessidade de uma ação conjunta com o otorrinolaringologista para diagnóstico de tais alterações.

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