sábado, 5 de novembro de 2011

INCA anuncia novas recomendações para o tratamento do câncer de mama.

Diretriz do Instituto do Câncer estabelece prazo máximo entre diagnóstico e cirurgia, entre outros itens


enviado por Mario Lobato

Clarissa Thomé, de O Estado de S. Paulo


O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulga hoje uma lista de recomendações para o controle da mortalidade do câncer de mama. Entre as medidas, estabelece em 3 meses o prazo máximo entre o diagnóstico de tumor e a cirurgia. Também fixa o período para o início das terapias complementares, como químio e radioterapia – entre 60 e 120 dias após o tratamento inicial.

A divulgação faz parte das ações da instituição no Outubro Rosa, movimento internacional que busca chamar a atenção para a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama.

A cirurgia logo depois do diagnóstico garante maior sobrevida às pacientes. Estudos científicos mostram que a demora superior a três meses compromete a expectativa de vida das mulheres. As pacientes que se tratam pelo Sistema Único de Saúde (SUS) precisam esperar 188 dias, em média, entre o diagnóstico e a cirurgia, segundo levantamento divulgado pela Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama). Essa espera cai para 15 dias se a pessoa tiver plano de saúde.

As sete recomendações divulgadas pelo Inca não têm força de lei, mas se forem seguidas pelas secretarias municipais e estaduais de saúde e pelos consultórios particulares têm potencial para reduzir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida das pacientes com tumores de mama. Esse é o tipo de câncer que mais mata na população feminina – 12 mil mulheres morrem por ano em decorrência da doença.

Tratamento

“Essas recomendações são um desdobramento do que a gente sugeriu no ano passado, quando o foco foram estratégias para detecção precoce. Detectar não é um fim em si mesmo. O importante é que se instituam medidas necessárias para que o câncer seja tratado adequadamente”, afirmou o oncologista José Bines, responsável pelo grupo de tumor de mama do Inca.

“O País é grande, heterogêneo, e a ideia é instituir parâmetros mínimos para que sejam alcançados em todo o território nacional. O ideal é que a cirurgia e as terapias sejam feitas o mais breve possível. Estabelecemos tempos máximos; os lugares que estão fazendo em menos tempo, melhor”.

Segundo o Inca, toda mulher deve ter seu diagnóstico complementado com a avaliação do receptor hormonal. “A maior parte dos tumores de mama são alimentados pelo hormônio feminino. No exame do tumor como um todo, o patologista identifica a presença ou não do receptor hormonal. E este receptor está presente em 70 a 80% dos casos”, explica Bines. “Se estiver presente, é preciso fazer um tratamento anti-hormonal para inibir esse potencial crescimento.” Essa terapia também está no rol divulgado pelo Inca – se indicada, deve ser iniciada em até 60 dias depois da cirurgia.

O Inca também recomenda que as mulheres com câncer de mama sejam acompanhadas por equipe multidisciplinar de especialistas (oncologista, cirurgião, radioterapeuta, enfermeiros, psicólogo) e tratadas em ambiente acolhedor, com acesso a cuidados paliativos. Os hospitais também devem ter Registro de Câncer em atividade, serviço que permite coletar informações para monitorar e avaliar a qualidade do tratamento oferecido às pacientes.

> DIRETRIZES PARA O CÂNCER DE MAMA

1. Ação rápida Tratamento deve começar logo após diagnóstico; cirurgia para retirada do tumor não deve ultrapassar prazo de 3 meses.

2. Ação complementar Prazo para início de tratamento de quimioterapia ou hormonioterapia é de 60 dias e o de radioterapia, 120 dias.

3. Receptor hormonal Diagnóstico deve ser complementado com avaliação do receptor hormonal.

4. Atenção multidisciplinar Tratamento deve contar com equipe que inclua médicos (cirurgião, oncologista clínico e um radioterapeuta), enfermeiro, psicólogo, nutricionista, assistente social e fisioterapeuta.

5. Abordagem humanizada Ambiente para paciente diagnosticada receber cuidados deve respeitar sua autonomia, dignidade e confidencialidade.

6. Registro de Câncer Hospital onde paciente é acompanhada deve ter Registro de Câncer, para monitorar e avaliar a qualidade do tratamento.

7. Cuidados paliativos Paciente tem direito aos cuidados paliativos para o adequado controle dos sintomas e suporte social, espiritual e psicológico.

Qualidade de Vida!!! Ótima iniciativa.. Vamos diminuir o sedentarismo desse povo!

QUALIDADE DE VIDA
Ministro anuncia implantação de 2.000 academias da saúde

Lançada em abril, a estratégia estimula a criação de espaços adequados para a prática de atividades físicas e lazer. Apenas 15% dos adultos são ativos no tempo livre

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou os municípios que serão contemplados pelo Programa Academia da Saúde, que estimulam a criação de espaços adequados para a prática de atividades físicas e lazer. Em todo o Brasil, foram selecionados 2 mil polos que serão instalados em 1.828 municípios. O anúncio foi realizado durante a 11ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi). De acordo com o estudo Vigitel 2010, 16,4% dos brasileiros são sedentários e apenas 15% dos adultos são ativos no tempo livre.

As Academias da Saúde são mais do que espaços públicos de lazer: trata-se de meios de acesso às práticas corporais pela maioria da população, com impacto direto na qualidade de vida e na saúde das pessoas”, ressalta o ministro. Padilha observa que a construção desses espaços é uma das estratégias do governo federal para a promoção da saúde, prevenção de enfermidades e redução de mortes prematuras por Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) – medidas previstas no Plano de Ações Estratégicas para Enfretamento das DCNT. Lançado em agosto, tem como meta a redução de 2% ao ano das mortes prematuras por essas doenças. O objetivo é alcançar melhorias em indicadores relacionados ao tabagismo, álcool, sedentarismo, à alimentação inadequada e obesidade.

Os polos do Programa Academia da Saúde são espaços públicos construídos para a prática de atividade física. As atividades devem estar ligadas aos serviços de atenção básica. Lançada no último mês de abril, a estratégia Academia da Saúde estimula a criação de espaços adequados para a prática de atividades físicas e lazer, a exemplo de iniciativas bem sucedidas realizadas em cidades como Aracaju, Belo Horizonte, Curitiba, Recife e Vitória. Os secretários de saúde destes municípios receberam, durante a Expoepi, uma homenagem do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

SEDENTARISMO E OBESIDADE – De acordo com o estudo Vigitel 2010, 16,4% dos brasileiros são sedentários; ou seja, pessoas que não fazem nenhuma atividade física no tempo livre, nem mesmo nos deslocamentos diários ou em atividades como a limpeza da casa ou outros tipos de trabalho. A pesquisa também mostra que, nos períodos de lazer, 25,8% dos brasileiros passam três ou mais horas em frente à TV, durante cinco ou mais vezes por semana. Além disso, apenas 15% dos adultos são ativos no tempo livre, com maior proporção entre homens (18,5%) na comparação com as mulheres (12%) e existe diferença importante em relaçao a escolaridade, 12% da populaçao com menos escolaridade é ativa e 20% da populaçao com 12 anos ou mai s de escolaridade é ativa, mostrando a importancia de investir em espaços que promovam atividade física para ampliar o acesso da populaçcoa de baixa renda. A Organização Mundial de Saúde recomenda a prática de 30 minutos de atividade física, durante cinco ou mais dias por semana.

Outro indicador preocupante se refere ao sobrepeso e à obesidade. O Vigitel 2010 mostra que 48% dos brasileiros estão acima do peso e, desses, 15% são obesos. “A obesidade é, em geral, consequência de alimentação inadequada e inatividade física, o que pode levar ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes, por exemplo”, alerta Deborah Malta.

SAÚDE BRASIL – Durante a Expoepi, como ocorre em todos os anos, são lançadas publicações relacionados ao segmento. Um dos destaques é a edição 2010 do Saúde Brasil – uma análise geral da situação de saúde do brasileiro, desde o nascimento até a morte. A obra, produzida pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, apresenta indicadores demográficos e epidemiológicos e demonstra tendências que poderão subsidiar a definição de novas ações estratégicas e políticas públicas de saúde.

A EXPOSIÇÃO – A Expoepi é promovida pela SVS do Ministério da Saúde, com o objetivo de dar visibilidade às ações de Vigilância em Saúde e discutir aspectos relevantes para o aprimoramento da área. O encontro mobiliza trabalhadores do SUS de todas as regiões e estados. Este ano, está prevista a participação de 2,5 mil profissionais de saúde da rede pública.

A participação ativa de representantes e trabalhadores do SUS no encontro reflete a incorporação crescente da epidemiologia no planejamento, na análise e na reorientação das ações de vigilância, prevenção e controle de doenças e agravos em saúde pública. Além disso, reafirma a valorização dos profissionais empenhados em monitorar e promover a saúde, prevenir doenças e agravos e melhorar a qualidade de vida da população brasileira.

Durante a Expoepi serão premiadas produções técnico-científicas de profissionais da rede pública que contribuíram para o aprimoramento das ações de Vigilância em Saúde por meio de trabalhos de pós-graduação. Os vencedores recebem prêmios de R$ 3 mil (especialização), R$ 6 mil (mestrado) e R$ 9 mil reais (doutorado). Ao todo serão premiados três trabalhos, um em cada categoria de pós-graduação, no valor total de R$ 18 mil.

Por Debora Pinheiro, da Agência Saúde – Ascom/MS
(61) 3315-3985 / 3580 / 2351

Cebes realiza entrevista com Sonia Fleury durante encontro da OMS no RJ

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

“Dizem que num pega, mas um dia ainda vão aprender que pega”.

Domingo passado, folheando revistas velhas, bati o olho numa manchete sobre cânceres e infecções: “Você pode ‘pegar’ câncer?”. Reli sorrindo, do começo ao fim. Ali estava algo que faria a completa satisfação da vovó Maria, que não deixava criança ir a velório de quem morria “daquela doença feia” e sentenciava: “Dizem que num pega, mas um dia ainda vão aprender que pega”.

Ela “quase” acerta. Podemos “pegar” cânceres, mas não em velório! “Um em cada cinco cânceres está ligado a infecção. Suspeito que acharemos mais”, afirma o dr. Harold zur Hausen (prêmio Gairdner do Canadá e prêmio Nobel de Medicina 2008), alemão de cujos estudos resultou a vacina contra o HPV (Papiloma Vírus Humano), em 2006. Ele descobriu que “apenas duas cepas do vírus, o HPV 16 e o HPV 18, eram encontrados em 70% dos casos de cânceres cervicais (de útero)”.
É ler sobre o tema e na hora pensar em vovó, que já morreu. Imagino o sermão: “Num te disse que doutor num sabe de nada. Se ‘subesse’, num morria!”. Uma frase dita mil e uma vezes, mas a primeira é inesquecível. Vovó era hipocondríaca, mas indisciplinada no uso da medicação. Nunca tomava uma caixa inteira de remédio, mas era cuidadosa com a saúde de familiares. Quando menstruei pela primeira vez, estava de férias, mas, antes de voltar para a escola, em Colinas, fomos ao médico.
“Vovó era exímia em contar casos e casos de loucuras de mulheres que não tiveram ‘cautela’ durante as regras. Um terrorismo. ‘Suspensão’ (parar de menstruar sem ser gravidez) era doença séria. O médico disse que muitas meninas menstruavam pela primeira vez e poderiam ficar alguns meses sem menstruar. Não era doença. Vovó ficou danada: ‘Onde já se viu gastar tanto dinheiro para vir ao doutor e ele não passar nenhuma jalapa? Doutor num sabe de nada. Se ‘subesse’, num morria’. (“As ‘regras’ e a camisinha“, O TEMPO, 31.12.2003)…

“Um em cada cinco
está ligado a infecção.
Suspeito que acharemos mais”,
afirma o dr. Harold zur Hausen de
cujos estudos resultou
a vacina contra o HPV.
Ela sempre minimizava o saber médico. E piorou depois que médico deixou de ser “bicho de sete cabeças”, pois eu, sua neta, era médica. Embora confiasse muito em minha opinião e não tomasse um “caché” sem que eu dissesse sim, ela não dava muita trela para médico. Eu poderia estar no fim do mundo, teria de ser encontrada na hora em que ela queria perguntar algo!

Já idosa, diabética, hipertensa e após vários acidentes vasculares cerebrais, foi hospitalizada às pressas para uma colecistectomia. O cirurgião disse-lhe que ela precisava tomar sangue. “Espera aí, doutor, já falou com minha neta? Só tomo sangue depois dela dizer que posso…”. Indagada, segundo ela em tom de empáfia e menosprezo, se a tal neta era médica, respondeu:
“Igualizinha a vosmecê. Pra mim mais, porque é minha neta, eu criei e não vai fazer nada de errado comigo. Cê sabe, doutor erra de quando em vez. Ela mora lá no Belo Horizonte. De certeza vai tá aqui no primeiro avião que sair de lá. Vou esperar”. Aprontou, pintou e bordou. Antes de viajar, telefonei e perguntei ao médico se era seguro ministrar sangue. Ele riu.

“Você bem sabe que aqui, não!”. Era meados da década de 1990. “Até dona Maria, que é esperta, sabe. Ao pedir para esperar a sua presença, ou anuência, disse: de tudo dessas coisas desses ‘hospitalizinhos’ (sentiram o desdém?) daqui, a única coisa que ela diz que é perigosa é tomar sangue. Tem essa Aids, né?”.Enfim, não foi ministrado o sangue, cuja indicação não era absoluta, e ela se recuperou bem. Naquela época, a segurança do sangue no Brasil era coisa de grandes centros médicos… Ainda é.

Publicado no Jornal OTEMPO em 04.10.2011

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

5 de Agosto - Dia Nacional da Saúde

5 de Agosto

Dia Nacional da Saúde: homenagem a Oswaldo Cruz

A data é importante: 5 de agosto, Dia Nacional da Saúde. O que nem todos sabem é que foi escolhida em homenagem ao médico sanitarista Oswaldo Cruz, que nasceu em 5 de agosto de 1872 e foi pioneiro no estudo de moléstias tropicais e da medicina experimental no Brasil.

Em 1900, fundou o Instituto Soroterápico Nacional, em Manguinhos, no Rio de Janeiro, hoje Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Sua trajetória se confunde com a história da saúde pública brasileira.

Oswaldo Cruz: o médico do Brasil

Oswaldo Cruz nasceu em São Luis do Paraitinga, interior de São Paulo. Filho do médico Bento Gonçalves Cruz e de Amália Taborda de Bulhões Cruz, ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro aos 15 anos. Antes de concluir o curso, publicou dois artigos sobre microbiologia na revista Brasil Médico.

Formou-se em 24 de dezembro de 1892, defendendo a tese "Veiculação Microbiana pelas Águas". Em 1896, foi para Paris especializar-se em bacteriologia no Instituto Pasteur, que na época reunia grandes nomes da ciência.

Oswaldo Cruz foi nomeado Diretor Geral de Saúde Pública em 1903, cargo que corresponde atualmente ao de Ministro da Saúde. Utilizando o Instituto Soroterápico Federal, atual Fiocruz, como base de apoio técnico-científico, deflagrou memoráveis campanhas de saneamento. Em poucos meses, a incidência de peste bubônica foi reduzida com o extermínio dos ratos, cujas pulgas transmitiam a doença.

Em 1904, com o recrudescimento dos surtos de varíola, o sanitarista tentou promover a vacinação em massa da população. Os jornais lançaram uma campanha contra a medida.

O congresso protestou e foi organizada a Liga contra a vacinação obrigatória. No dia 13 de novembro estourou a rebelião popular (a Revolta da Vacina) e, no dia 14, a Escola Militar da Praia Vermelha se levantou. O Governo derrotou a rebelião, mas suspendeu a obrigatoriedade da vacina.

Em 1909, Oswaldo Cruz deixou a Diretoria Geral de Saúde Pública, passando a se dedicar apenas ao Instituto (Fiocruz), onde lançou importantes expedições científicas que possibilitaram a ocupação do interior do país. Erradicou a febre amarela no Pará e realizou a campanha de saneamento da Amazônia.

Como conseqüência, as obras da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, cuja construção havia sido interrompida pelo grande número de mortes de operários pela malária, puderam ser finalizadas.

Em 1913 foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras. Em 1915, por motivos de saúde, abandonou a direção do Instituto Soroterápico e mudou-se para Petrópolis. Como prefeito da cidade, traçou vasto plano de urbanização, que não pode ver executado.

Oswaldo Cruz morreu de insuficiência renal em 11 de fevereiro de 1917, em Petrópolis, com apenas 44 anos.

Fonte: www.ensp.fiocruz.br

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Consumo médio de sal é alto no Brasil

A POF 2008-2009 confirma que os brasileiros consomem mais sódio do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de até 5g diárias. De acordo com a pesquisa, o consumo médio no país está em 8,2g diárias. "O sódio é considerado um importante marcador de consumo alimentar, dada a relação do seu consumo excessivo com doenças crônicas, como a hipertensão arterial, doenças cardíacas e renais", explica Patrícia Jaime.

A situação é preocupante principalmente entre os adolescentes: a ingestão elevada foi observada em mais de 90% na faixa etária de 14 a 18 anos. São eles que mais consomem alimentos como pizza, embutidos, chips, biscoitos recheados e refrigerantes, considerados moderadores negativos. O consumo desses alimentos está aliado ao excesso do teor de sódio na dieta do brasileiro.

Para mudar esse quadro, o Ministério da Saúde assinou em abril passado um termo de compromisso com a indústria de alimentos processados. O acordo prevê a redução gradual na quantidade de sódio presente em 16 categorias de alimentos, definindo o teor máximo de sódio a cada 100 gramas em alimentos industrializados. Algumas metas devem ser cumpridas pelo setor produtivo até 2012 e aprofundadas até 2014. No caso das massas instantâneas, por exemplo, a diminuição anual será de 30%.

Outra iniciativa para promover a saúde é a campanha "Menos Sal. Sua Saúde Agradece", lançada na última terça-feira (26). A iniciativa, resultado de parceria do Ministério com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), busca conscientizar a população em relação aos malefícios de consumo excessivo de sal, trazendo orientações para o uso racional, como a retirada do saleiro da mesa e o uso de temperos naturais.

Vamos diminuir o sal da dieta pessoal, Preservar nossa saúde. E como diria meu pai: "SAL É TEMPERO MINHA FILHA". hehe

terça-feira, 26 de julho de 2011

OMS declara 28 de julho como Dia Mundial contra Hepatite

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou 28 de julho como o Dia Mundial contra a Hepatite, em homenagem à data de nascimento do prêmio Nobel de Medicina de 1976, Baruch Blumberg, quem descobriu o vírus que causava a hepatite B e desenvolveu a primeira vacina contra esta doença.

A finalidade desta data será conscientizar à população que a hepatite virótica é um problema de saúde pública de alcance mundial, já que é uma das doenças infecciosas mais frequentes.

Seus variantes B e C afetam a mais de 520 milhões de pessoas no mundo todo.

O técnico da OMS sobre hepatite, Steven Wiersma, assinalou hoje em Genebra que a maioria destas pessoas ignoram que padecem a infecção, por isso que se expõem à possibilidade de contrair uma doença hepática, assim como de transmitir a infecção a outros.

Segundo dados da OMS, cerca de um milhão de falecimentos se atribuem cada ano à hepatite, e os vírus da hepatite B (VHB) e C (VHC) são a causa principal do 78% dos casos de câncer de fígado no mundo.

Quase um de cada três habitantes do planeta - cerca de 2 bilhões de pessoas - está infectado pelo vírus da hepatite B e um de cada doze, mais de 520 milhões de pessoas, padecem uma infecção crônica por VHB e VHC.

Wiersma lembrou a importância da prevenção, já que existem vacinas seguras e eficazes contra as infecções VHA e VHB, assim como a possibilidade de receber um diagnóstico rápido em caso de haver contraído hepatite para começar um tratamento o mais rápido possível.

Calcula-se que já recebem tratamento entre 20% e 30% das pessoas infectadas pelo VHB, que se transmite pela exposição a sangue, sêmen e outros fluidos corporais infectados e que pode derivar em câncer de fígado se não se trata a tempo.

No entanto, não existe nenhuma vacina que previna contra a infecção pelo variante C (VHC), que se transmite quase sempre por exposição a sangue contaminada / poluída, o que pode suceder em casos de transfusões de sangue ou pelo uso de seringuinhas infectadas.

A transmissão sexual do VHC também é possível, mas é menos comum.

Devido à importância da prevenção, a OMS está preparando uma plano de trabalho integral sobre a hepatite para todos os Estados-membros, que inclui o estabelecimento de planos de vacinas e facilidades para dispor de sangue de qualidade para transfusões e de seringuinhas limpas.

A OMS precisou que se conseguiram avanços neste sentido, já que em 2009 o 91% dos estados incluíam a vacina contra a hepatite B nos programas de imunização infantil.

Além disso, mais do 70% dos lactantes receberam três dose dessa vacina, o que lhes confere proteção de por vida contra o vírus.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Como agir em casos de Convulsão

Definição

É uma contração violenta, ou série de contrações dos músculos voluntários, com ou sem perda de consciência.

Principais Causas

Nos ambientes de trabalho podemos encontrar esta afecção em indivíduos com histórico anterior de convulsão ou em qualquer indivíduo de qualquer função. De modo específico, podemos encontrar trabalhadores com convulsão quando expostos a agentes químicos de poder convulsígeno, tais como os inseticidas clorados e o óxido de etileno.
• Febre muito alta, devido a processos inflamatórios e infecciosos, ou degenerativos
• Hipoglicemia
• Alcalose
• Erro no metabolismo de aminoácidos
• Hipocalcemia
• Traumatismo na cabeça
• Hemorragia intracraniana
• Edema cerebral
• Tumores
• Intoxicações por gases, álcool, drogas alucinatórias, insulina, dentre outros agentes
• Epilepsia ou outras doenças do Sistema Nervoso Central

Sintomas

• Inconsciência
• Queda desamparada, onde a vítima é incapaz de fazer qualquer esforço para evitar danos físicos.
• Olhar vago, fixo e/ou revirar dos olhos.
• Suor
• Midríase (pupila dilatada)
• Lábios cianóticos
• Espumar pela boca
• Morder a língua e/ou lábios
• Corpo rígido e contração do rosto
• Palidez intensa
• Movimentos involuntários e desordenados
• Perda de urina e/ou fezes (relaxamento esfincteriano)
Geralmente os movimentos incontroláveis duram de 2 a 4 minutos, tornando-se, então, menos violentos e o acidentado vai se recuperando gradativamente. Estes acessos podem variar na sua gravidade e duração.
Depois da recuperação da convulsão há perda da memória, que se recupera mais tarde.

Primeiros Socorros

• Tentar evitar que a vítima caia desamparadamente, cuidando para que a cabeça não sofra traumatismo e procurando deitá-la no chão com cuidado, acomodando-a.
• Retirar da boca próteses dentárias móveis (pontes, dentaduras) e eventuais detritos.
• Remover qualquer objeto com que a vítima possa se machucar e afastá-la de locais e ambientes potencialmente perigosos, como por exemplo: escadas, portas de vidro, janelas, fogo, eletricidade, máquinas em funcionamento.
• Não interferir nos movimentos convulsivos, mas assegurar-se que a vítima não está se machucando.
• Afrouxar as roupas da vítima no pescoço e cintura.
• Virar o rosto da vítima para o lado, evitando assim a asfixia por vômitos ou secreções.
• Não colocar nenhum objeto rígido entre os dentes da vítima.
• Tentar introduzir um pano ou lenço enrolado entre os dentes para evitar mordedura da língua.


• Não jogar água fria no rosto da vítima.
• Quando passar a convulsão, manter a vítima deitada até que ela tenha plena consciência e autocontrole.
• Se a pessoa demonstrar vontade de dormir deve-se ajudar a tornar isso possível.

No caso de se propiciar meios para que a vítima durma, mesmo que seja no chão, no local de trabalho, a melhor posição para mantê-la é deitada na "posição lateral de segurança" (PLS).
Devemos fazer uma inspeção no estado geral da vítima, a fim de verificar se ela está ferida e sangrando. Conforme o resultado desta inspeção, devemos proceder no sentido de tratar das conseqüências do ataque convulsivo, cuidando dos ferimentos e contusões.

É conduta de socorro bem prestado permanecer junto à vítima, até que ela se recupere totalmente. Devemos conversar com a vítima, demonstrando atenção e cuidado com o caso, e informá-la onde está e com quem está, para dar-lhe segurança e tranqüilidade. Pode ser muito útil saber da vítima se ela é epiléptica.

Enfermeiro e Parada Cardíaca

Parada cardíaca: situação em que, clinicamente, não são perceptíveis os movimentos respiratórios e batimentos cardíacos.

As causas mais freqüentes ocorrem através da obstrução das vias aéreas superiores em função da aspiração de corpos estranhos, da depressão do sistema nervoso central por intoxicação, superdosagem de drogas, edema cerebral, choque elétrico e outros. Pode ainda ocorrer em função da pouca concentração de oxigênio nas grandes altitudes e em casos de soterramento.

Sinais e Sintomas:
- parada dos movimentos respiratórios (apnéia).
- pele fria, extremidades cianóticas.
- ausência de pulso femoral ou carotídeo.
- inconsciência (redução de perfusão cerebral).
- midríase: as pupilas começam a dilatar-se entre 30 a 45 segundos após a interrupção da circulação, levando em torno de 4 a 5 minutos para que a lesão cerebral se torne irreversível.

Tratamento: consistem na ressuscitação cardiorrespiratória (RCR), ventilatória e circulatória.

Assistência ventilatória: A respiração artificial é uma manobra que possibilita a introdução e a retirada de ar dos pulmões de forma rítmica e alternada.

Procedimentos para respiração boca á boca

Coloque o paciente em D.D.H (decúbito dorsal horizontal) sobre uma mesa ou no chão.
Ponha-se a lado esquerdo da cabeça do paciente, limpe a boca de muco e objetos estranhos, enrolando o dedo em um pano. Coloque uma das mãos sob o pescoço do paciente e outra na testa, inclinando a cabeça para trás tanto quanto possível e após, puxe a mandíbula para frente. Esta posição evita a queda da língua, já que há deslocamento de mandíbula e a língua é forçada a acompanhá-la.

Comprima as narinas do paciente com os dedos, inspire e coloque seus lábios firmemente de encontro á boca do paciente, expirando logo após, de modo que empurre o ar para as vias aéreas do paciente. Em recém-nascidos e crianças menores, deve-se aplicar a boca sobre a boca e o nariz.

Retire os dedos que comprimem as narinas para que o ar saia, terminada a expiração, iniciar nova insuflação e, assim sucessivamente, de modo rítmico e contínuo, na proporção de 12 a 20 respirações.

A ressuscitação respiratória deverá prosseguir até o retorno dos movimentos respiratórios espontâneos ou até que cheguem outros recursos assistenciais.

Atuação do enfermeiro no suporte básico e parada cardiorrespiratória

Conhecer a seqüência do atendimento, manter certo nível de tranqüilidade para poder organizar as manobras de ventilação e circulação artificiais e reunir material e equipamentos necessários para este período são condições imprescindíveis para uma boa equipe de enfermagem, principalmente porque é ela que permanece o maior tempo em contato com o paciente e, na maioria das vezes, é quem detecta a PCR. Desta forma é recomendado reciclar a equipe de enfermagem na execução das manobras de suporte básico de vida. O enfermeiro deve fornecer treinamento a sua equipe a fim de capacitá-la a realizar procedimentos altamente técnicos em situações emergenciais, uma vez que é exigido tal preparo para um atendimento eficaz. O treinamento da equipe deve ter como prioridade a redução do tempo de atendimento com medidas que permitam atuação rápida e eficiente e sistematizada, porém cumprindo todas as etapas do atendimento. Para tanto não basta apenas fornecer orientações a equipe e sim um treinamento atualizado e contínuo que abranja toda assistência, pois o profissional que cuida de pacientes com maior complexidade deve estar capacitado para atuar com competência e segurança.

Como líder, é também função do enfermeiro coordenar a equipe e gerenciar a assistência prestada ao paciente, pois conseqüentemente ele exerce influência não somente na equipe de enfermagem como também em outros membros que integram o serviço. O enfermeiro exerce uma liderança fundamentada no conhecimento das habilidades características individuais e necessidades dos membros da equipe de enfermagem. No ambiente hospitalar é desenvolvido pelo enfermeiro uma gerência mais orientada para as necessidades do serviço cumprindo assim normas e tarefas produzindo o que é preconizado pela organização e por outros profissionais, incluindo a equipe médica.

É função prioritária do enfermeiro prestar assistência ao paciente grave, porém sua função frente a uma reanimação cardiopulmonar é bem mais extensa que a simples assistência cabendo a ele dar suporte a equipe providenciando recursos materiais e treinamento continuado visando adequadas condições de atendimento pela equipe em qualquer âmbito hospitalar.

Também cabe ao enfermeiro a elaboração de escala diária de modo a escalar pelo menos 3 técnicos de enfermagem e um enfermeiro com funções previamente estabelecidas, considerando que o conhecimento prévio das atividades tende a otimizar o atendimento diminuindo assim o estresse da equipe, pois o atendimento da RCP deve transcorrer em ambiente tranqüilo de forma que todos ouçam o comando do líder lembrando que a postura ética deve entremear as ações durante o atendimento de emergência.

O enfermeiro tem sua atuação juntamente com a equipe multiprofissional através de seu conhecimento científico, do trabalho sincronizado e organizado. No desempenho de suas atribuições a equipe de enfermagem desenvolve uma perfeita integração com a equipe médica, objetivando a padronização da prestação da assistência de qualidade otimizando as condições de recuperação do paciente. Uma vez que a enfermagem requer habilidade de liderança, faz-se necessário que o enfermeiro atue como líder a fim de administrar a dinâmica da equipe conforme terapêutica adotada, pois a liderança tem a finalidade de proporcionar um bom trabalho em equipe.

O enfermeiro além de coordenar sua equipe atua em compressões torácicas, monitorização, desfibrilação, controle de sinais vitais, realiza anotações referentes ao atendimento da PCR, cateterização vesical e nasogástrica, preparo do transporte do paciente, comunicação e supervisão da unidade que irá receber, reposição de materiais do carro de emergência e lacre do mesmo. Para tanto é necessário seu conhecimento sobre monitor, desfibrilador, cardioversor, marca-passo externo e farmacologia.

É responsável pela avaliação do espaço físico quanto a presença de eletricidade, rede de oxigênio, vácuo, tábua de massagem, macas, carro de emergência com desfibrilador, medicamentos de emergência entre outros equipamentos para tal atendimento. É também sua responsabilidade a elaboração de uma rotina de checagem de materiais quanto a datas de validade e de manutenção preventiva, teste do desfibrilador, controle do estoque mínimo de material e equipamento de proteção e lacre do carro de emergência vez que se faz presente uma situação emergencial como a PCR faz-se necessário o atendimento apropriado para tal situação. Sendo assim o enfermeiro tem como dever fornecer um arsenal terapêutico mínimo para atendimento emergencial e educação continuada ao pessoal da enfermagem, visando otimizar a execução dos procedimentos emergenciais como:

-compressões-torácicas;
-ventilação;
-desfibrilação.

Entre estes procedimentos há uma maior complexidade na administração da desfibrilação, devido a esta dificuldade o enfermeiro deve orientar sua equipe quanto aos possíveis riscos que este procedimento pode trazer ao paciente visto que para ocorrer a cardioversão correta e necessária a quantidade adequada de pasta condutora nas pás, pressão e localização correta das pás no tórax lembrando que uma pá libera energia e a outra recebe, portanto é essencial a distância entre uma pá e outra para que a energia passe eficazmente pelo músculo miocárdio.

É também da competência do enfermeiro fazer varias reavaliações sucessivas durante a realização dos procedimentos citados acima e identificar diagnóstico de enfermagem. Após o atendimento o enfermeiro deve reunir-se com sua equipe a fim de avaliar a atuação da mesma ressaltando os pontos positivos e negativos devendo ser estes últimos citados nos próximos treinamentos, tendo a finalidade de alertar o pessoal para que diminua estas falhas posteriormente.

A equipe de enfermagem deve estar pronta para o formato de atendimento por fases que consistem em sete etapas: antecipação, entrada, ressuscitação, manutenção, notificação da família, transferência e avaliação crítica.

A fase da antecipação acontece antes da ocorrência da PCR e é fundamental para o bom encaminhamento das ações durante o atendimento. Nesta etapa, analisam-se os dados iniciais, reúne a equipe, determina-se o líder, delineiam-se as responsabilidades, os equipamentos são preparados e checados e ocorre o posicionamento da cada membro da equipe. Na fase da entrada, o primeiro membro da equipe a checar responsabiliza-se pelo posicionamento da vítima no leito em decúbito dorsal horizontal e início do ABCD primário, acionando a equipe e o carro de emergência, priorizando a chegada do desfibrilador.

"A divisão da equipe de enfermagem e suas atribuições é prerrogativa de enfermeiro e deve ser realizada respeitando-se a disponibilidade de recursos humanos da unidade"


Material e Equipamentos necessários para P.C.R

- Tábua de massagem cardíaca;
- Ambu, ventilador ou similar;
- Material de entubação (laringoscópio, sondas endotraqueais, mandril);
- Aspirador de secreções;
- Oxigênio;
- Desfibrilador;
- Cânulas de guedell;
- Sondas de aspiração de diversos calibres;
- Eletrocardiógrafo;

Nas paradas cardiorrespiratórias podem ocorrer complicações tais como: hemotórax, pneumotórax, fraturas do esterno e costelas, rupturas pulmonares, rupturas de fígado e baço.

O auxiliar e/ou técnico de enfermagem deve estar sempre atento ao pedido do enfermeiro e /ou médico e auxiliá-los em tudo quanto for necessário.

É possível humanizar o HUMANO?



Ninguém precisa falar para um cachorro que ele deve correr atrás de um gato... Fazer "pipi" no carpete ou tapete... Morder os cantinhos do sofá ou aquele seu sapato que ficou dando bola lá na porta...

Ninguém precisa explicar para o gato que ele deve ficar se alisando no dono... Que ele deve gostar de leite... e que bem no meio da madrugada, deve subir nos telhadas e fazer aquela serenata terrível para os nosso ouvidos....

Ele faz todas estas coisas naturalmente... por extinto, sem que ninguém precise lhes ensinar ou exigir....

Então, afinal, em que mundo nós estamos vivendo... Um mundo em que é necessário pedir ao Ser Humano que seja mais HUMANO...! Os animais que são considerados "irracionais" agem de acordo com seus instintos e os "racionais" tem de ser forçados ou estimulados a agir de acordo com sua natureza...

Calçagem de luvas estéreis

Inicializando aos primeiros socorros

DEFINIÇÃO DE PRIMEIROS SOCORROS

Primeiros Socorros são os procedimentos realizados de forma imediata e provisória a uma vítima de acidente ou mal súbito. Tem início no local do acidente e dura até o momento em que esta vítima recebe assistência especializada.
Saber fazer o certo na hora certa pode significar a diferença entre a vida e a morte para uma vítima, além de minimizar os riscos de seqüelas e complicações.
A capacidade de observação é fundamental para dar-se início aos primeiros socorros, para determinar quais as áreas de lesão, qual seqüência deverá ser realizada durante o atendimento e qual das vítimas deverá se atendida primeiro. Para auxiliar nestas decisões, utiliza-se a Triagem, que será discutida a seguir.

CLASSIFICAÇÕES NA TRIAGEM

A Triagem tem como finalidade classificar o estado do paciente determinando a prioridade de atendimento. O Sistema de Triagem pode ser dividido em:



AVALIAÇÃO INICIAL

É importante avaliar os seguintes aspectos no momento do acidente:

- O local da ocorrência: É seguro? Será necessário colocar algum tipo de sinalização? Será necessário mover a vítima? Você terá condições de prestar assistência a todas as vítimas? Quais são as mais graves?


- A Vítima: Está consciente? Tenta fazer alguma coisa ou está apontando para alguma parte do corpo?


- As Testemunhas: Caso você não tenha presenciado o acidente, elas poderão fornecer informações importantes.


- Mecanismo da Lesão: Há algum objeto caído próximo à vítima, tais como, moto, bicicleta, andaimes, etc. A vítima estava usando cinto de segurança? Pode ter se ferido no volante do carro?


- Deformidades e Lesões: A vítima está caída em posição estranha? Ela está queimada? Há sinais de esmagamento de algum membro ou amputações?

- Sinais: Há sangue nas vestes ou ao redor da vítima? Ela vomitou? Ela está tendo convulsões?

As Informações obtidas neste processo, que não se estende por mais de alguns segundos, são extremamente valiosas na seqüência dos Primeiros Socorros que se subdividirá em duas partes que estudaremos futuramente. São elas:

- ANÁLISE PRIMÁRIA


- ANÁLISE SECUNDÁRIA

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Seminário em Comemoração a Semana da Enfermagem

Seminário em Comemoração a Semana da Enfermagem

Olá minhas queridas Enfermeiras, o nosso tão "atento" COREN está promovendo um seminário em comemoração a semana de Enfermagem dia 18/05.
INSCREVAM-SE!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Teste da Orelhinha

A nova lei federal do teste da orelhinha foi sancionada o que torna obrigatório um teste responsável pela detecção da deficiência auditiva pela triagem auditiva neonatal e que garante a população carente, acesso ao exame pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
No Brasil, estima-se que a cada 1.000 crianças nascidas, de três a cinco têm deficiência auditiva. Dados do Ministério da Saúde indicam que, em 2009, dos 2 milhões de partos realizados no SUS, cerca de 270 mil bebês nascidos passaram pelo teste, apenas 13% do total.
Se a surdez não for diagnosticada dentro dos primeiros seis meses de vida, ela compromete muito o desenvolvimento cognitivo da criança. Esta criança não vai desenvolver a fala, irá encontrar sérias dificuldades em adquirir conhecimentos e em se alfabetizar.
Essa triagem auditiva neonatal dá pouca importância as alterações da orelha média. Crianças com otite média secretora no período neonatal estão em risco de desenvolver otite média no primeiro ano de vida.
Priscila K.P.Santana e colaboradores fonoaudiólogos da Universidade Federal de S.Paulo procuram determinar se as crianças que foram reprovadas na triagem auditiva por causa da perda auditiva condutiva vão apresentar mais episódios de perda auditiva condutiva durante os primeiros anos de vida.
O grupo de estudo foi composta por 62 crianças que no rastreio neonatal tiveram um comprometimento condutivo. O grupo controle foi composto de 221 crianças do mesmo sexo e idade que passaram no teste. Ambos os grupos tiveram assistência audiológica e otorrinolaringológica e foram comparados quanto à ocorrência de distúrbios condutivos. Foram utilizados testes estatísticos para comparação . O estudo foi prospectivo e retrospectivo.
As crianças que falharam na triagem do distúrbio de condução tiveram mais episódios de otite média durante o primeiro ano de vida do que aqueles que não falham, com diferença estatisticamente significante. Concluem os autores que as crianças que falharam na triagem do teste da orelinha, no primeiro mês de vida com a alteração condutiva são mais propensos a apresentarem otite no primeiro ano de vida. A alta incidência de otite aponta para a necessidade de uma ação conjunta com o otorrinolaringologista para diagnóstico de tais alterações.

Usuários do SUS serão identificados por cartão válido em todo o país

Os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) poderão ser identificados por meio de um único número válido em todo o território nacional. O Sistema Cartão Nacional de Saúde foi regulamentado em portaria do Ministério da Saúde publicada hoje (2) no Diário Oficial da União.
O objetivo é construir um registro eletrônico que permita aos cidadãos, aos gestores e aos profissionais de saúde acessar o histórico de atendimentos dos usuários no SUS.

Dessa forma será possível, por exemplo, saber a participação de uma determinada pessoa em campanhas de vacinação, se ela foi atendida num posto de saúde ou se fez exames e cirurgias. Quem não tiver o cartão também poderá receber atendimento.

A meta é implantar o registro eletrônico de saúde em todos os municípios brasileiros até 2014. Ao todo, deverão ser emitidos 200 milhões de cartões, nos próximos três anos, numa ação desenvolvida em conjunto com estados e municípios.

De acordo com a portaria, as secretarias estaduais e municipais de Saúde que já têm algum tipo de sistema integrado de registro de dados na área terão um ano para emitir e distribuir os novos cartões. Com o formato de um cartão de crédito, ele terá uma etiqueta com dados pessoais do usuário e um número, fornecido pelo Ministério da Saúde.

De acordo com a portaria, medidas de segurança tecnológica vão garantir que não seja violado o direito constitucional à intimidade, à vida privada, à integralidade das informações e à confidencialidade dos dados dos usuários.

Começou a vacinação contra a Gripe comum combinada com a H1N1.

A campanha de vacinação contra a gripe sazonal deste ano vai imunizar os grupos também contra a influenza A (H1N1), ou gripe suína. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que a vacina muda a cada ano e tem como base os três vírus do tipo influenza que mais circularam no ano anterior.

O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, ressaltou que este ano não haverá uma campanha de vacinação específica para a imunização contra a gripe suína. Ele lembrou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou o alerta de pandemia e que os casos registrados são esporádicos.

Em 2011, além de idosos com mais de 60 anos e indígenas, gestantes, crianças maiores de 6 meses e menores de 2 anos e profissionais de saúde também vão receber a vacina contra a gripe sazonal. A campanha começa no dia 25 de abril e segue até 13 de maio. O Dia de Mobilização Nacional contra a gripe será em 30 de abril.

NÃO DEIXEM DE SE VACINAR! EU JÁ ME VACINEI :DDD

domingo, 17 de abril de 2011

Novas recomendações para aplicação de Insulinas

Em 2010 foram publicados os dados das novas recomendações para técnicas de aplicação de insulinas, que vale a pena relembrar e praticar, já que muitas informações já são conhecidas, mas pouco aplicadas.

Tais recomendações foram resultado do trabalho conjunto de 127 médicos, enfermeiros, educadores e psicólogos de 27 países, que reuniram todas as publicações na área desde 1980, bem como estudos ainda não publicados.

Observações gerais:

a. O medo da aplicação de insulina, principalmente em crianças, não deve ser desconsiderado e uma técnica ainda pouco utilizada, e com bons resultados, é a demonstração da auto-aplicação de solução salina/diluente pelo profissional de saúde e depois pelo paciente. Esta técnica também é útil para os pais conhecerem qual a sensação da aplicação pelos filhos, reduzindo assim a ansiedade da aplicação.

b. O programa de educação para inicio da insulinização deve abordar os tópicos: perfis de ação e conceitos da insulinoterapia; escolha, cuidados e auto-exame dos locais de aplicação; técnicas apropriadas de aplicação (rodízios, ângulo de aplicação e uso da prega cutânea); escolha e descarte de insumos.

Locais de aplicação de insulinas


Recomendações para aplicação:

1. A recomendação para a limpeza do local de aplicação deve ser seguida para locais que não estejam limpos ou se a aplicação for realizada em um local com chances de contaminação (ex: hospitais);

2. As insulinas NPH e as pré-misturas devem ser gentilmente homogeneizadas (misturadas) 20 vezes antes de cada aplicação, garantindo a ação da insulina;

3. Dicas para que a aplicação não seja dolorosa: aplicar a insulina à temperatura ambiente; se utilizar álcool na limpeza do local espere até que seque completamente; tentar utilizar uma nova agulha a cada aplicação;

4. Após a aplicação de insulinas com canetas, contar lentamente até 10 para retirada da agulha. Para doses maiores, pode ser necessário contar até 20 segundos, a fim de evitar perda de medicação. Esta recomendação não é necessária para aplicação com seringas.

5. As agulhas devem ser desconectadas imediatamente das canetas após aplicação (evitar obstrução e contaminação).

6. A insulina regular deve ser aplicada preferencialmente no abdômen para aumentar a taxa de absorção, enquanto a NPH deve ser aplicada, preferencialmente, nas coxas ou nas nádegas, para retardar a absorção e reduzir o risco de hipoglicemia.

COMPRIMENTO DA AGULHA:

Recentes estudos têm demonstrado que a espessura da pele no local da injeção em adultos com diabetes varia minimamente por características demográficas, incluindo IMC (por exemplo: pessoas obesas têm dimensões semelhantes as da pele de uma pessoa com peso normal ou baixo peso). Outro estudo sobre a espessura da epiderme indicou que a espessura máxima total é de aproximadamente 2,4 mm, independente do sexo, IMC, idade adulta ou origem étnica.
Recomendações para crianças e adolescentes:

· Canetas: agulhas de 4, 5 ou 6 mm.
· Seringas: agulhas de 8 mm (angulação de 45 o e prega cutânea).


Adultos (incluindo obesos)

· Canetas: 4, 5 e 6 mm
Agulha de 4 mm: ângulo de 90 o, prega dispensável se não for magro.
Agulha de 5 mm: ângulo de 90 o, prega dispensável se não for magro.
Agulha de 6 mm: ângulo de 90 o graus e prega cutânea necessária ou ângulo de 45o.

· Seringas: 8 mm (ângulo de 90 o graus e prega cutânea.
Se magro: ângulo de 45 o e prega cutânea)


Gestantes

· Sempre fazer a prega cutânea em qualquer local de aplicação

· Evitar o uso do abdômen como local de aplicação no ultimo trimestre de gestação

· Em pacientes magras é recomendada a utilização das nádegas como região para aplicação de insulina.

· Canetas: 5 mm (ângulo de 45o)

· Seringa: 8 mm (ângulo de 45o) – evitar o abdômen.

Essas novas recomendações reforçam a necessidade da técnica correta de aplicação de insulinas e necessidade de revisão periódica da mesma no processo educacional, na tentativa de se alcançar bom controle glicêmico.


Referência:
Frid A, Hirsch L, Gaspar R, Hicks D, Kreugel G, Liersch J, Letondeur C, Sauvanet JP, Tubiana-Rufi N, Strauss K; Scientific Advisory Board for the Third Injection Technique Workshop.
New injection recommendations for patients with diabetes. Diabetes Metab. 2010; 36 Suppl 2:S3-18. Review.

Cristiane Duarte Vieira
Enfermeira do Ambulatório de Diabeets Tipo 1 da Santa Casa de Belo Horizonte. Educadora em Diabetes.

sábado, 16 de abril de 2011

Prova do laço

Muitos profissionais tem dúvidas sobre a prova do laço, Vai aí direto do site do ministério da saúde.
Vamos tomar cuidado com esse mosquitinho pq DENGUE MATA.


3.3.2 Prova do laço

A prova do laço deverá ser realizada obrigatoriamente em todos os casos
suspeitos de dengue durante o exame físico.

• desenhar um quadrado de 2,5cm de lado (ou uma área ao redor da falange distal
do polegar) no antebraço da pessoa e verificar a PA (deitada ou sentada;

• calcular o valor médio:(PAS+PAD)/2;

• insuflar novamente o manguito até o valor médio e manter por cinco minutos em
adulto (em crianças, 3 minutos) ou até o aparecimento de petéquias ou equimoses;

• contar o número de petéquias no quadrado. A prova será positiva se houver 20 ou
mais petéquias em adultos e 10 ou mais em crianças;

A prova do laço é importante para a triagem do paciente suspeito de dengue,
pois é a única manifestação hemorrágica do grau I de FHD representando a
fragilidade capilar.

Dengue

Dengue

- Portal da Saúde - www.Saude.gov.br - Saúde é Bom Saber

- Portal da Saúde - www.Saude.gov.br - Saúde é Bom Saber

quinta-feira, 14 de abril de 2011

SUS vai padronizar telefone 136 em todo País - Diário do Grande ABC

SUS vai padronizar telefone 136 em todo País - Diário do Grande ABC

Auditoria em Enfermagem

TIPOS DE AUDITORIA

A auditoria de enfermagem hoje abrange vasta área de atuação . Enfermeiros Auditores estão presentes nas instituições de saúde como:
Serviços de educação continuada
Serviço de faturamento
Serviços de credenciamento para realização de vistoria técnica da rede.
Autorizações pela verificação e análise da compatibilidade dos procedimentos solicitados com a realidade contratual entre Operadora, Prestador de serviços e Cliente.
Serviços de contas médicas na orientação e coordenação dos aux de revisão de contas e nos serviço de auditoria de enfermagem e médica propriamente dita.
A auditoria de enfermagem ,quando implantada nos serviços de saúde e operadoras, estará interligada com todas as outras áreas da empresa e essa comunicação entre setores possibilitará o sucesso deste trabalho.

TIPOS DE AUDITORIA

Do ponto de vista técnico a auditoria é definida em dois tipos:

Auditoria de análise de documentos: que trata da análise de documentos, permitindo a identificação de situações que fogem aos padrões rotineiros.

Auditoria de observação de documentos: que trata da observação de documentos, e fatos, bem como se for necessário, do exame do paciente.

As duas sugestões que podem ser utilizadas em nosso trabalho como técnica de auditoria.

sábado, 9 de abril de 2011

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Negligência na saúde

Assistindo hoje aos telejornais e ao globo repórter onde abordavam a ineficiência do sistema de saúde Brasileiro, percebi o quanto somos impotentes enquanto profissionais de saúde a todas essas situações de descaso, de falta de consideração com a população, com todos aqueles q pagam seus impostos com muita dificuldade e precisam utilizam os serviços públicos de saúde.
A situação tá tão agravada que os médicos choram na frente das câmeras para demonstrar q eles não podem e não conseguem trabalhar sem o mínimo das condições necessárias a uma assistência digna e resolutiva para essas pessoas que esperam por um atendimento, por uma cirurgia, pelo mínimo de atenção ao seu momento de fragilidade de debilidade física.
Os profissionais vivem do improviso, do faz de conta, mas na saúde n dá pra impovisar sempre, como dar aquele jeitinho no improviso de um leito de UTI? Realmente fico preocupada com minha profissão onde escolhi ajudar a salvar vidas e cuidar de "GENTE" que sente e que sofre. Não quero ficar alheio a essas situações,quero me dedicar e tentar conseguir fazer SAÚDE com dignidade.
Sinceramente não sei como competir com a negligência daqueles que confiamos nosso tão valioso voto. Só nos resta tentar escolher melhor quem irá nos representar.

quinta-feira, 31 de março de 2011

__ Dr Fernando Valério __ Cirurgia Digestiva e Coloproctologia

__ Dr Fernando Valério __ Cirurgia Digestiva e Coloproctologia

Colelitíase

Cálculo de Vesícula Biliar ( Colelitíase )

O que é?

Colelitíase é a formação de cálculos (pedras) no interior da vesícula biliar (90% dos casos) ou dos ductos biliares (dentro e fora do fígado). Nos últimos anos tem havido aumento da incidência e do diagnóstico desta doença.
Com o uso cada vez maior da ultra-sonografia abdominal em exames de rotina ou (check-up), muitos casos de cálculos em vesícula biliar têm sido diagnosticados, mesmo antes do paciente apresentar qualquer sintoma.
Os tipos de cálculos mais comuns são os de colesterol (90%), e em segundo lugar os de bilirrubina (10%), que ocorrem em pessoas portadoras de alguns tipos de anemia ou com deficiência do metabolismo da bilirrubina (pigmento metabolizado pelo fígado).



Quando ocorre?

Os estudos têm demonstrado claramente um aumento da incidência de cálculos biliares com o passar da idade. Embora rara na população pediátrica, as crianças com distúrbios hematológicos (alguns tipos de anemia), e com dificuldade de absorção de sais biliares estão predispostas à formação de cálculos biliares.
A calculose biliar é mais comum em entre as mulheres, e deve estar ligado a fatores hormonais, já que há um aumento do número de casos com a gravidez. Esta variação hormonal alteraria a motilidade da vesícula biliar, causando uma dificuldade de esvaziamento, assim como a alteração do metabolismo do colesterol.
A obesidade também é um fator de risco, já que nestes pacientes há um aumento da concentração de colesterol. A diabetes também causa um aumento na incidência dos cálculos na vesícula biliar, devido a uma supersaturação do colesterol.

Sintomas

A presença de cálculos na vesícula biliar pode se manifestar de várias maneiras, sendo que muitos pacientes são assintomáticos (mais de 50%) por vários anos. Nos casos sintomáticos, a obstrução do ducto da vesícula biliar por um cálculo pode causar dor no abdome, principalmente do lado direito próximo às costelas, conhecida como cólica biliar. A cólica é causada pela contração da vesícula biliar contra a resistência imposta pela obstrução do ducto, e classicamente surge de 30 a 60 minutos depois das refeições. Caso a obstrução persista, pode haver a evolução para uma inflamação aguda da vesícula biliar (colecistite aguda).
A calculose biliar também pode se apresentar como “má” digestão, desconforto abdominal vago, náuseas e vômitos, ou mesmo flatulência. Este quadro tende a piorar com a ingestão de alimentos gordurosos, mas todos os alimentos podem desencadear sintomas.

Diagnóstico

A ultra-sonografia do abdome é o método de escolha para a avaliação de pacientes com suspeita de cálculos biliares, e apresenta um índice de acerto de 95 a 99%. Tem como vantagens, além da eficácia, ser um método não invasivo (sem anestesia ou contraste), sem irradiação, razoavelmente barato e desprovido de efeitos colaterais.
Os exames laboratoriais podem mostrar a alteração de enzimas do fígado e dos ductos biliares. O hemograma estará alterado no caso de infecção.

Complicações

De todos os pacientes portadores de cálculos biliares, de 15 a 20% apresentarão complicações mais graves devido aos cálculos biliares. Estas complicações podem ser referentes à obstrução da vesícula por cálculos maiores, como a colecistite aguda, ou devido à migração dos cálculos biliares pequenos da vesícula para os ductos biliares, como a coledocolitíase, a colangite e a pancreatite aguda. Um risco associado à presença de cálculos de vesícula biliar é o desenvolvimento de câncer de vesícula.
A colecistite aguda é a complicação mais comum do cálculo de vesícula. Ela ocorre devido à implantação do cálculo biliar na saída da vesícula biliar, causando a obstrução persistente da vesícula, e conseqüente inflamação e infecção. As características da dor da colecistite aguda são parecidas com a da cólica biliar, no entanto, de maior intensidade, o que a difere da cólica biliar, e que pode persistir por alguns dias. Os sintomas se completam com náusea, vômito, anorexia (perda do apetite) e febre. A ultra-sonografia mostra, além dos cálculos no interior da vesícula, um espessamento da parede (devido à inflamação) e distensão (devido à obstrução) da vesícula biliar. O tratamento consiste na ressecção da vesícula biliar e a administração de antibióticos.
Coledocolitíase é o nome dado à impactação de cálculos biliares no ducto biliar fora da vesícula (este ducto é chamado de colédoco). Na sua grande maioria, estes cálculos são originários da vesícula biliar, que migram para o ducto colédoco. Os sintomas são dor abdominal em cólica, que pode ser contínua ou intermitente, associado à náusea e vômitos. Dependendo da intensidade da obstrução do ducto colédoco, os pacientes apresentarão icterícia (coloração amarelada na pele e olhos) e urina escura (cor de “chá mate”). A icterícia ocorre devido ao acúmulo de líquido biliar que não foi esvaziado do ducto colédoco devido à obstrução. O tratamento se inicia com a retirada do cálculo do ducto colédoco através de endoscopia digestiva ou durante o procedimento cirúrgico, seguido da ressecção da vesícula biliar, que é a formadora dos cálculos.
A colangite é a infecção do ducto biliar causada pela impactação do cálculo no ducto colédoco. Os sintomas são febre, icterícia e dor abdominal. Nos pacientes com infecção grave, pode haver alteração da pressão sangüínea e do pulso, assim como confusão mental. Os pacientes com colangite devem ser internados de forma urgente, devido ao risco de sepse (infecção generalizada). O tratamento inicial é realizado com a administração de antibióticos e hidratação. A seguir, como na coledocolitíase, o cálculo dever ser retirado do ducto biliar (colédoco). A ressecção da vesícula também deve ser realizada.
A pancreatite aguda é a inflamação do pâncreas. Esta doença decorre da obstrução do ducto do pâncreas por um cálculo que migrou da vesícula. Os sintomas são dor abdominal forte, febre, náusea e vômito, além de distensão abdominal. Em alguns casos a pancreatite pode ser severa, causando necrose e hemorragia do pâncreas, com risco de morte evidente. O paciente será submetido à ressecção do cálculo, assim como nos casos anteriores. A retirada da vesícula biliar é realizada após a melhora dos sintomas da pancreatite.
O câncer da vesícula biliar é reconhecido como uma complicação potencial dos pacientes com cálculos em vesícula. Em particular, esta complicação é mais freqüente em pacientes com cálculos únicos e grandes (principalmente os maiores que três centímetros). De 70 a 90% dos pacientes com câncer de vesícula apresentam cálculo biliar, e 0,4% de todos os pacientes com cálculo de vesícula apresentarão câncer na vesícula biliar.

Tratamento

Devido ao quadro clínico da calculose da vesícula biliar, e dos riscos de complicações sérias, tenho como rotina em meus pacientes, pela ressecção da vesícula biliar em pacientes sintomáticos e/ou com cálculos múltiplos e pequenos (risco de migração do cálculo). Nos pacientes assintomáticos e com cálculo único, a conduta não cirúrgica e o acompanhamento clínico devem ser a regra.
O tratamento da calculose biliar consiste na ressecção da vesícula biliar. Atualmente o método utilizado é a cirurgia vídeo-laparoscópica. Neste método, são realizadas quatro pequenas incisões (cortes) no abdome do paciente, por onde são introduzidas as pinças e a câmera de vídeo. O cirurgião realiza o procedimento através de um monitor posicionado ao lado do paciente. As vantagens da cirurgia vídeo-laparoscópica são inúmeras. A recuperação é rápida, já que a dor é mínima, por não haver uma grande incisão (corte). Isto permite que os pacientes retornem às suas atividades profissionais no menor tempo possível. O efeito estético também é bom, porque as incisões apresentam dimensões pequenas (variam de 0,5cm a 1cm).
Em geral, os pacientes recebem alta hospitalar no dia seguinte ao da cirurgia.

INCA - Tipos de Câncer

INCA - Tipos de Câncer

HPV ( Papiloma Virus Humano)

O que é HPV?

É a sigla em inglês para papiloma vírus humano. Os HPV são vírus da família Papilomaviridae (Fig. 1), capazes de provocar lesões de pele ou mucosa. Na maior parte dos casos, as lesões têm crescimento limitado e habitualmente regridem espontaneamente.

Qual a relação entre os HPV e o câncer do colo do útero?

Existem mais de 200 tipos diferentes de HPV. Eles são classificados em de baixo risco de câncer e de alto risco de câncer. Somente os de alto risco estão relacionados a tumores malignos.

Quais são eles?

Os vírus de alto risco, com maior probabilidade de provocar lesões persistentes e estar associados a lesões pré-cancerosas são os tipos 16, 18, 31, 33, 45, 58 e outros. Já os HPV de tipo 6 e 11, encontrados na maioria das verrugas genitais (ou condilomas genitais) e papilomas laríngeos, parecem não oferecer nenhum risco de progressão para malignidade, apesar de serem encontrados em pequena proporção em tumor.

Os HPV são facilmente contraídos?

Estudos no mundo comprovam que 50% a 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV (Figura 2) em algum momento de suas vidas. Porém, a maioria das infecções é transitória, sendo combatida espontaneamente pelo sistema imune, principalmente entre as mulheres mais jovens. Qualquer pessoa infectada com HPV desenvolve anticorpos (que poderão ser detectados no organismo), mas nem sempre estes são suficientemente competentes para eliminar os vírus.
Como os papilomavírus são transmitidos?

A transmissão é por contato direto com a pele infectada. Os HPV genitais são transmitidos por meio das relações sexuais, podendo causar lesões na vagina, colo do útero, pênis e ânus. Também existem estudos que demonstram a presença rara dos vírus na pele, na laringe (cordas vocais) e no esôfago. Já as infecções subclínicas são encontradas no colo do útero. O desenvolvimento de qualquer tipo de lesão clínica ou subclínica em outras regiões do corpo é bastante raro.

Como são essas infecções?

As infecções clínicas mais comuns na região genital são as verrugas genitais ou condilomas acuminados, popularmente conhecidas como "crista de galo". Já as lesões subclínicas não apresentam nenhum sintoma, podendo progredir para o câncer do colo do útero caso não sejam tratadas precocemente.

Como as pessoas podem se prevenir dos HPV?

O uso de preservativo (camisinha) diminui a possibilidade de transmissão na relação sexual (apesar de não evitá-la totalmente). Por isso, sua utilização é recomendada em qualquer tipo de relação sexual, mesmo naquela entre casais estáveis.


Como os papilomavírus podem ser diagnosticados?

As verrugas genitais encontradas no ânus, no pênis, na vulva ou em qualquer área da pele podem ser diagnosticadas pelos exames urológico (pênis), ginecológico (vulva) e dermatológico (pele). Já o diagnóstico subclínico das lesões precursoras do câncer do colo do útero, produzidas pelos papilomavírus, é feito através do exame citopatológico (exame preventivo de Papanicolaou). O diagnóstico é confirmado através de exames laboratoriais de diagnóstico molecular, como o teste de captura híbrida e o PCR.

Onde é possível fazer os exames preventivos do câncer do colo do útero?

Postos de coleta de exames preventivos ginecológicos do Sistema Único de Saúde (SUS) estão disponíveis em todos os estados do país e os exames são gratuitos. Procure a Secretaria de Saúde de seu município para obter informações.

Quais os riscos da infecção por HPV em mulheres grávidas?

A ocorrência de HPV durante a gravidez não implica obrigatoriamente numa má formação do feto nem impede o parto vaginal (parto normal). A via de parto (normal ou cesariana) deverá ser determinada pelo médico após análise individual de cada caso.

É necessário que o parceiro sexual também faça os exames preventivos?

O fato de ter mantido relação sexual com uma mulher infectada pelo papilomavírus não significa que obrigatoriamente ocorrerá transmissão da infecção. De qualquer forma, é recomendado procurar um urologista que será capaz - por meio de peniscopia (visualização do pênis através de lente de aumento) ou do teste de biologia molecular (exame de material colhido do pênis para pesquisar a presença do DNA do HPV), identificar a presença ou não de infecção por papilomavírus.


Qual o tratamento para erradicar a infecção pelo papilomavírus?

A maioria das infecções é assintomática ou inaparente e de caráter transitório. As formas de apresentação são clínicas (lesões exofíticas ou verrugas) e subclínicas (sem lesão aparente). Diversos tipos de tratamento podem ser oferecidos (tópico, com laser, cirúrgico). Só o médico, após a avaliação de cada caso, pode recomendar a conduta mais adequada (Fig. 4).


Qual é o risco de uma mulher infectada pelo HPV desenvolver câncer do colo do útero?

Embora estudos epidemiológicos mostrem que a infecção pelo papilomavírus é muito comum (de acordo com os últimos inquéritos de prevalência realizados em alguns grupos da população brasileira, estima-se que cerca de 25% das mulheres estejam infectadas pelo vírus), somente uma pequena fração (entre 3% a 10%) das mulheres infectadas com um tipo de HPV com alto risco de câncer desenvolverá câncer do colo do útero.

Há algum fator que aumente o risco de a mulher desenvolver câncer do colo do útero?

Há fatores que aumentam o potencial de desenvolvimento do câncer de colo do útero em mulheres infectadas pelo papilomavírus: número elevado de gestações, uso de contraceptivos orais (pílula anticoncepcional), tabagismo, pacientes tratadas com imunosupressores (transplantadas), infecção pelo HIV e outras doenças sexualmente transmitidas (como herpes e clamídia).

As vacinas contra o HPV

O que é a vacina contra o HPV?

É a vacina criada com o objetivo de prevenir a infecção por HPV e, dessa forma, reduzir o número de pacientes que venham a desenvolver câncer de colo de útero. Apesar das grandes expectativas e resultados promissores nos estudos clínicos, ainda não há evidência suficiente da eficácia da vacina contra o câncer de colo do útero. Foram desenvolvidas duas vacinas contra os tipos mais presentes no câncer de colo do útero (HPV-16 e HPV-18). Mas o real impacto da vacinação contra o câncer de colo de útero só poderá ser observado após décadas. Há duas vacinas comercializadas no Brasil. Uma delas é quadrivalente, ou seja, previne contra os tipos 16 e 18, presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero e contra os tipos 6 e 11, presentes em 90% dos casos de verrugas genitais. A outra é específica para os subtipos 16 e 18.

Qual o impacto desta nova tecnologia para a política de atenção oncológica e para o SUS?
É fundamental deixar claro que a adoção da vacina não substituirá a realização regular do exame Papanicolaou (preventivo). Trata-se de mais uma estratégia possível para o enfrentamento do problema. Ainda há muitas perguntas relativas à vacina sem respostas:

- Ela só previne contra as lesões pré-cancerosas ou também contra o desenvolvimento do câncer de colo de útero?
- Qual o tempo de proteção conferido pela vacina?
- Levando-se em conta que a maioria das infecções por HPV é facilmente debeladas pelo sistema imunológico, como a vacinação afeta a imunidade natural contra o HPV?
- Como a vacina afeta outros tipos de HPV associados ao câncer de colo de útero?
- Se os tipos 16 e 18 forem efetivamente suprimidos, outros tipos podem emergir como potencialmente associados ao câncer de colo do útero?

Todas essas perguntas precisam ser respondidas antes de a vacinação ser recomendada como política de atenção oncológica.

Um comitê de Acompanhamento da Vacina, formado por representantes de diversas instituições ligadas à Saúde e liderado pelo INCA, avalia, periodicamente, se é oportuno recomendar a vacinação em larga escala no país. Até o momento, o comitê decidiu pela não incorporação da vacina contra o HPV no Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Como a vacina funciona?

Estimulando a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A proteção contra a infecção vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pelo indivíduo vacinado, a presença destes anticorpos no local da infecção e a sua persistência durante um longo período de tempo.

Existe risco de infecção pela vacina?

Não. No desenvolvimento da vacina conseguiu-se identificar a parte principal do DNA do HPV. Depois, usando-se um fungo (Sacaromices cerevisiae), obteve-se apenas a ¿capa¿ do vírus, que mostrou induzir fortemente a produção de anticorpos quando administrada em humanos.

Qual o tempo de proteção após a vacinação?

A duração da imunidade conferida pela vacina ainda não foi determinada, visto que só começou a ser comercializada no mundo há cerca de dois anos. Até o momento, só se tem convicção de cinco anos de proteção. Na verdade, embora se trate da mais importante novidade surgida na prevenção à infecção pelo HPV, ainda é preciso delimitar qual seu alcance sobre a incidência e a mortalidade do câncer de colo do útero.

A forma como as informações sobre o uso e a eficácia da vacina têm chegado à população brasileira é adequada?
Não. É preciso que fabricantes, imprensa, profissionais e autoridades de saúde estejam conscientes de sua responsabilidade. É imprescindível esclarecer sob que condições a vacina pode se tornar um mecanismo eficaz de prevenção para não gerar uma expectativa irreal de solução do problema e desmobilizar a sociedade e seus agentes com relação às políticas de promoção e prevenção que vêm sendo realizadas. Deve-se informar que, segundo as pesquisas, as principais beneficiadas serão as meninas antes da fase sexualmente ativa, que as mulheres deverão manter a rotina de realização do exame Papanicolaou e que, mesmo comprovada a eficácia da vacina e sua aplicação ocorra em larga escala, uma redução significativa dos indicadores da doença pode demorar algumas décadas.

HumanizaSUS

O que é o HumanizaSUS

Instituída pelo Ministério da Saúde em 2003, a Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS (HumanizaSUS) foi formulada a partir da sistematização de experiências do chamado "SUS que dá certo". Ela reconhece que estados, municípios e serviços de saúde estão implantando práticas de humanização nas ações de atenção e gestão com bons resultados, o que contribui para a legitimação do SUS como política pública.
O HumanizaSUS tem o objetivo de efetivar os princípios do Sistema Único de Saúde no cotidiano das práticas de atenção e de gestão, assim como estimular trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários para a produção de saúde e a produção de sujeitos. Queremos um SUS humanizado, comprometido com a defesa da vida e fortalecido em seu processo de pactuação democrática e coletiva.
Entendemos a humanização do SUS como:
- Valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores;

- Fomento da autonomia e do protagonismo desses sujeitos e dos coletivos;

- Aumento do grau de co-responsabilidade na produção de saúde e de sujeitos;

- Estabelecimento de vínculos solidários e de participação coletiva no processo de gestão;

- Mapeamento e interação com as demandas sociais, coletivas e subjetivas de saúde;

- Defesa de um SUS que reconhece a diversidade do povo brasileiro e a todos oferece a mesma atenção à saúde, sem distinção de idade, etnia, origem, gênero e orientação sexual;

- Mudança nos modelos de atenção e gestão em sua indissociabilidade, tendo como foco as necessidades dos cidadãos, a produção de saúde e o próprio processo de trabalho em saúde, valorizando os trabalhadores e as relações sociais no trabalho;

- Proposta de um trabalho coletivo para que o SUS seja mais acolhedor, mais ágil e mais resolutivo;

- Compromisso com a qualificação da ambiência, melhorando as condições de trabalho e de atendimento;

- Compromisso com a articulação dos processos de formação com os serviços e práticas de saúde;

- Luta por um SUS mais humano, porque construído com a participação de todos e comprometido com a qualidade dos seus serviços e com a saúde integral para todos e qualquer um.

Princípios do HumanizaSUS

São princípios da Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS:

Inseparabilidade entre a atenção e a gestão dos processos de produção de saúde - Refere-se a práticas interdependentes e complementares. A incorporação da humanização deve ocorrer considerando-se tal entendimento.

Transversalidade - Trata-se de concepções e práticas que atravessam as diferentes ações e instâncias, que aumentam o grau de abertura da comunicação intra e intergrupos e ampliam as grupalidades, o que se reflete em mudanças nas práticas de saúde.

Autonomia e protagonismo dos sujeitos - Têm relação com a co-responsabilidade entre gestores, usuários e a participação coletiva nos processos e na gestão.

Diretrizes para a implementação do HumanizaSUS

- Ampliar o diálogo entre os trabalhadores, entre trabalhadores e a população e entre os trabalhadores e a administração, promovendo a gestão participativa, colegiada e compartilhada dos cuidados/atenção;

- Implantar, estimular e fortalecer Grupos de Trabalho e Câmaras Técnicas de Humanização com plano de trabalho definido;

- Estimular práticas de atenção compartilhadas e resolutivas, racionalizar e adequar o uso dos recursos e insumos, em especial o uso de medicamentos, eliminando ações intervencionistas desnecessárias;

- Reforçar o conceito de clínica ampliada: compromisso com o sujeito e seu coletivo, estímulo a diferentes práticas terapêuticas e co-responsabilidade de gestores, trabalhadores e usuários no processo de produção de saúde;

- Sensibilizar as equipes de saúde ao problema da violência em todos os seus âmbitos de manifestação, especialmente a violência intrafamiliar (criança, mulher, idoso), a violência realizada por agentes do Estado (populações pobres e marginalizadas), a violência urbana e para a questão dos preconceitos (racial, religioso, sexual, de origem e outros) nos processos de recepção/acolhida e encaminhamentos;

- Adequar os serviços ao ambiente e à cultura dos usuários, respeitando a privacidade e promovendo a ambiência acolhedora e confortável;

- Viabilizar participação ativa dos trabalhadores nas unidades de saúde por meio de colegiados gestores e processos interativos de planejamento e de tomada de decisão;

- Implementar sistemas e mecanismos de comunicação e informação que promovam o desenvolvimento, a autonomia e o protagonismo das equipes e da população, ampliando o compromisso social e a co-responsabilização de todos os envolvidos no processo de produção da saúde;

- Promover ações de incentivo e valorização da jornada de trabalho integral no SUS, do trabalho em equipe e da participação do trabalhador em processos de educação permanente em saúde que qualifiquem sua ação e sua inserção na rede SUS;

- Promover atividades de valorização e de cuidados aos trabalhadores da saúde, contemplando ações voltadas para a promoção da saúde e qualidade de vida no trabalho.

objetivos do HumanizaSUS

A Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS tem como propósitos:

- Contagiar trabalhadores, gestores e usuários do SUS com os princípios e as diretrizes da humanização;

- Fortalecer iniciativas de humanização existentes;

- Desenvolver tecnologias relacionais e de compartilhamento das práticas de gestão e de atenção;

- Aprimorar, ofertar e divulgar estratégias e metodologias de apoio a mudanças sustentáveis dos modelos de atenção e de gestão;

- Implementar processos de acompanhamento e avaliação, ressaltando saberes gerados no SUS e experiências coletivas bem-sucedidas.



Para isso, o HumanizaSUS trabalha com três macro-objetivos:

- Ampliar as ofertas da Política Nacional de Humanização aos gestores e aos conselhos de saúde, priorizando a atenção básica/fundamental e hospitalar, com ênfase nos hospitais de urgência e universitários;

- Incentivar a inserção da valorização dos trabalhadores do SUS na agenda dos gestores, dos conselhos de saúde e das organizações da sociedade civil;

- Divulgar a Política Nacional de Humanização e ampliar os processos de formação e produção de conhecimento em articulação com movimentos sociais e instituições.
Na prática, os resultados que queremos são:

- Redução de filas e do tempo de espera, com ampliação do acesso;

- Atendimento acolhedor e resolutivo baseado em critérios de risco;

- Implantação de modelo de atenção com responsabilização e vínculo;

- Garantia dos direitos dos usuários;

- Valorização do trabalho na saúde;

- Gestão participativa nos serviços.

Como o HumanizaSUS atua

A Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS possui uma Coordenação vinculada à Secretaria de Atenção à Saúde e conta com um Núcleo Técnico sediado em Brasília e um quadro de consultores espalhados pelo Brasil que trabalham de forma integrada com as demais secretarias e órgãos do Ministério da Saúde e apóiam as atividades de cooperação para o desenvolvimento dos projetos e das inovações no modelo de atenção e gestão do SUS nos estados, nos municípios e nas instituições de saúde.

Para alcançar os objetivos planejados, o HumanizaSUS oferta a gestores diversos dispositivos, entendidos como tecnologias ou modos de implementar a humanização. Os principais são:
- Acolhimento Com Classificação de Risco nas unidades de saúde;

- Equipe de Referência e Apoio Matricial;

- Projeto Terapêutico Singular, Projeto de Saúde Coletiva e ativação/constituição de redes de continuidade de atenção;

- Construção coletiva da Ambiência;

- Gestão compartilhada: Colegiados, Contratos de Gestão inter e intra-institucionais;

- Sistemas de escuta qualificada para usuários e trabalhadores da saúde: gerência de porta aberta, ouvidorias, grupos focais e pesquisa de satisfação;

- Projeto de acolhimento do familiar/cuidador: agenda com a Equipe de Referência, Visita Aberta, Direito de Acompanhante e envolvimento no Projeto Terapêutico;

- Programa de Formação em Sáude e Trabalho e atividades de Qualidade de Vida e Atenção à Saúde para os trabalhadores da saúde;

- Grupo de Trabalho em Humanização (GTH).

Além disso, o HumanizaSUS desenvolve e oferece cursos, oficinas e seminários, certifica e divulga experiências bem-sucedidas de humanização no SUS. Produz, ainda, materiais educativos e de divulgação para a implantação dos dispositivos.

Cofen | Portal do Cofen - Conselho Federal de Enfermagem

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quarta-feira, 30 de março de 2011

Diabetes Mellitus

O QUE É ?
Doença provocada pela deficiência de produção e/ou de ação da insulina, que leva a sintomas agudos e a complicações crônicas características.
O distúrbio envolve o metabolismo da glicose, das gorduras e das proteínas e tem graves conseqüências tanto quando surge rapidamente como quando se instala lentamente. Nos dias atuais se constitui em problema de saúde pública pelo número de pessoas que apresentam a doença, principalmente no Brasil.
Apresenta diversas formas clínicas, sendo classificado em:

Diabetes Mellitus tipo I:
Ocasionado pela destruição da célula beta do pâncreas, em geral por decorrência de doença auto-imune, levando a deficiência absoluta de insulina.

Diabetes Mellitus tipo II:
Provocado predominantemente por um estado de resistência à ação da insulina associado a uma relativa deficiência de sua secreção.

Outras formas de Diabetes Mellitus:
quadro associado a desordens genéticas, infecções, doenças pancreáticas, uso de medicamentos, drogas ou outras doenças endócrinas.

Diabetes Gestacional:
Circunstância na qual a doença é diagnosticada durante a gestação, em paciente sem aumento prévio da glicose.

COMO SE DESENVOLVE?

Conforme pode ser observado no item acima (formas clínicas), são várias as causas do DM.
No DM tipo I, a causa básica é uma doença auto-imune que lesa irreversivelmente as células pancreáticas produtoras de insulina (células beta). Assim sendo, nos primeiros meses após o início da doença, são detectados no sangue dos pacientes, diversos anticorpos sendo os mais importantes o anticorpo anti-ilhota pancreática, o anticorpo contra enzimas das células beta (anticorpos antidescarboxilase do ácido glutâmico - antiGAD, por exemplo) e anticorpos anti-insulina.
No DM tipo II, ocorrem diversos mecanismos de resistência a ação da insulina, sendo o principal deles a obesidade, que está presente na maioria dos pacientes.
Nos pacientes com outras formas de DM, o que ocorre em geral é uma lesão anatômica do pâncreas, decorrente de diversas agressões tóxicas seja por álcool, drogas, medicamentos ou infecções, entre outras.

O QUE SE SENTE ?

Os sintomas do DM são decorrentes do aumento da glicemia e das complicações crônicas que se desenvolvem a longo prazo.
Os sintomas do aumento da glicemia são:

sede excessiva
aumento do volume da urina,


aumento do número de micções
surgimento do hábito de urinar à noite
fadiga, fraqueza, tonturas
visão borrada
aumento de apetite
perda de peso.

Estes sintomas tendem a se agravar progressivamente e podem levar a complicações severas que são a cetoacidose diabética (no DM tipo I) e o coma hiperosmolar (no DM tipo II).
Os sintomas das complicações envolvem queixas visuais, cardíacas, circulatórias, digestivas, renais, urinárias, neurológicas, dermatológicas e ortopédicas, entre outras.

Sintomas visuais:
O paciente com DM descompensado apresenta visão borrada e dificuldade de refração. As complicações a longo prazo envolvem diminuição da acuidade visual e visão turva que podem estar associadas a catarata ou a alterações retinianas denominadas retinopatia diabética. A retinopatia diabética pode levar ao envolvimento importante da retina causando inclusive descolamento de retina, hemorragia vítrea e cegueira.

Sintomas cardíacos:
Pacientes diabéticos apresentam uma maior prevalência de hipertensão arterial, obesidade e alterações de gorduras. Por estes motivos e, principalmente se houver tabagismo associado, pode ocorrer doença cardíaca. A doença cardíaca pode envolver as coronárias, o músculo cardíaco e o sistema de condução dos estímulos elétricos do coração. Como o paciente apresenta em geral também algum grau de alteração dos nervos do coração, as alterações cardíacas podem não provocar nenhum sintoma, sendo descobertas apenas na presença de sintomas mais graves como o infarto do miocárdio, a insuficiência cardíaca e as arritmias.

Sintomas circulatórios:
Os mesmos fatores que se associam a outras complicações tornam mais freqüentes as alterações circulatórias que se manifestam por arteriosclerose de diversos vasos sangüíneos. São freqüentes as complicações que obstruem vasos importantes como as carótidas, a aorta, as artérias ilíacas, e diversas outras de extremidades. Essas alterações são particularmente importantes nos membros inferiores (pernas e pés), levando a um conjunto de alterações que compõem o "pé diabético". O "pé diabético" envolve, além das alterações circulatórias, os nervos periféricos (neuropatia periférica), infecções fúngicas e bacterianas e úlceras de pressão. Estas alterações podem levar a amputação de membros inferiores, com grave comprometimento da qualidade de vida.

Sintomas digestivos:
Pacientes diabéticos podem apresentar comprometimento da inervação do tubo digestivo, com diminuição de sua movimentação, principalmente em nível de estômago e intestino grosso. Estas alterações podem provocar sintomas de distensão abdominal e vômitos com resíduos alimentares e diarréia. A diarréia é caracteristicamente noturna, e ocorre sem dor abdominal significativa, freqüentemente associado com incapacidade para reter as fezes (incontinência fecal).

Sintomas renais:
O envolvimento dos rins no paciente diabético evolui lentamente e sem provocar sintomas. Os sintomas quando ocorrem em geral já significam uma perda de função renal significativa. Esses sintomas são: inchume nos pés (edema de membros inferiores), aumento da pressão arterial, anemia e perda de proteínas pela urina (proteinúria).

Sintomas urinários:
Pacientes diabéticos podem apresentar dificuldade para esvaziamento da bexiga em decorrência da perda de sua inervação (bexiga neurogênica). Essa alteração pode provocar perda de função renal e funcionar como fator de manutenção de infecção urinária. No homem, essa alteração pode se associar com dificuldades de ereção e impotência sexual, além de piorar sintomas relacionados com aumento de volume da próstata.

Sintomas neurológicos:
O envolvimento de nervos no paciente diabético pode provocar neurites agudas (paralisias agudas) nos nervos da face, dos olhos e das extremidades. Podem ocorrer também neurites crônicas que afetam os nervos dos membros superiores e inferiores, causando perda progressiva da sensibilidade vibratória, dolorosa, ao calor e ao toque. Essas alterações são o principal fator para o surgimento de modificações na posição articular e de pele que surgem na planta dos pés, podendo levar a formação de úlceras ("mal perfurante plantar"). Os sinais mais característicos da presença de neuropatia são a perda de sensibilidade em bota e luva, o surgimento de deformidades como a perda do arco plantar e as "mãos em prece" e as queixas de formigamentos e alternância de resfriamento e calorões nos pés e pernas, principalmente à noite.

Sintomas dermatológicos:
Pacientes diabéticos apresentam uma sensibilidade maior para infecções fúngicas de pele (tinha corporis, intertrigo) e de unhas (onicomicose). Nas regiões afetadas por neuropatia, ocorrem formações de placas de pele engrossada denominadas hiperceratoses, que podem ser a manifestação inicial do mal perfurante plantar.

Sintomas ortopédicos:
A perda de sensibilidade nas extremidades leva a uma série de deformidades como os pés planos, os dedos em garra, e a degeneração das articulações dos tornozelos ou joelhos ("Junta de Charcot").

COMO O MÉDICO FAZ O DIAGNÓSTICO ?

O diagnóstico pode ser presumido em pacientes que apresentam os sintomas e sinais clássicos da doença, que são: sede excessiva, aumento do volume e do número de micções (incluindo o surgimento do hábito de acordar a noite para urinar), fome excessiva e emagrecimento. Na medida em que um grande número de pessoas não chega a apresentar esses sintomas, durante um longo período de tempo, e já apresentam a doença, recomenda-se um diagnóstico precoce .
O diagnóstico laboratorial do Diabetes Mellitus é estabelecido pela medida da glicemia no soro ou plasma, após um jejum de 8 a 12 horas. Em decorrência do fato de que uma grande percentagem de pacientes com DM tipo II descobre sua doença muito tardiamente, já com graves complicações crônicas, tem se recomendado o diagnóstico precoce e o rastreamento da doença em várias situações. O rastreamento de toda a população é porém discutível.
Fatores de Risco para o Diabetes Mellitus
Existem situações nas quais estão presentes fatores de risco para o Diabetes Mellitus, conforme apresentado a seguir:

Idade maior ou igual a 45 anos
História Familiar de DM ( pais, filhos e irmãos)
Sedentarismo
HDL-c baixo ou triglicerídeos elevados
Hipertensão arterial
Doença coronariana
DM gestacional prévio
Filhos com peso maior do que 4 kg, abortos de repetição ou morte de filhos nos primeiros dias de vida
Uso de medicamentos que aumentam a glicose ( cortisonas, diuréticos tiazídicos e beta-bloqueadores)
Objetivos do Tratamento
Os objetivos do tratamento do DM são dirigidos para se obter uma glicemia normal tanto em jejum quanto no período pós-prandial, e controlar as alterações metabólicas associadas.

TRATAMENTO

O tratamento do paciente com DM envolve sempre pelos menos 4 aspectos importantes:
Plano alimentar: É o ponto fundamental do tratamento de qualquer tipo de paciente diabético. O objetivo geral é o de auxiliar o indivíduo a fazer mudanças em seus hábitos alimentares, permitindo um controle metabólico adequado. Além disso, o tratamento nutricional deve contribuir para a normalização da glicemia, diminuir os fatores de risco cardiovascular, fornecer as calorias suficientes para manutenção de um peso saudável, prevenir as complicações agudas e crônicas e promover a saúde geral do paciente. Para atender esses objetivos a dieta deveria ser equilibrada como qualquer dieta de uma pessoa saudável normal, sendo individualizada de acordo com as particularidades de cada paciente incluindo idade, sexo, situação funcional, atividade física, doenças associadas e situação sócioeconômico-cultural.
Composição do plano alimentar
A composição da dieta deve incluir 50 a 60% de carboidratos, 30% de gorduras e 10 a 15% de proteínas. Os carboidratos devem ser preferencialmente complexos e ingeridos em 5 a 6 porções por dia. As gorduras devem incluir no máximo 10% de gorduras saturadas, o que significa que devem ser evitadas carnes gordas, embutidos, frituras, laticínios integrais, molhos e cremes ricos em gorduras e alimentos refogados ou temperados com excesso de óleo. As proteínas devem corresponder a 0,8 a 1,0 g/kg de peso ideal por dia, o que corresponde em geral a 2 porções de carne ao dia. Além disso, a alimentação deve ser rica em fibras, vitaminas e sais minerais, o que é obtido pelo consumo de 2 a 4 porções de frutas, 3 a 5 porções de hortaliças, e dando preferência a alimentos integrais. O uso habitual de bebidas alcoólicas não é recomendável, principalmente em pacientes obesos, com aumento de triglicerídeos e com mau controle metabólico. Em geral podem ser consumidos uma a duas vezes por semana, dois copos de vinho, uma lata de cerveja ou 40 ml de uísque, acompanhados de algum alimento, uma vez que o álcool pode induzir a queda de açúcar (hipoglicemia).
Atividade física: Todos os pacientes devem ser incentivados à pratica regular de atividade física, que pode ser uma caminhada de 30 a 40 minutos ou exercícios equivalentes. A orientação para o início de atividade física deve incluir uma avaliação médica adequada no sentido de avaliar a presença de neuropatias ou de alterações cardio-circulatórias que possam contra-indicar a atividade física ou provocar riscos adicionais ao paciente.
Medicamentos, Hipoglicemiantes orais: São medicamentos úteis para o controle de pacientes com DM tipo II, estando contraindicados nos pacientes com DM tipo I. Em pacientes obesos e hiperglicêmicos, em geral a medicação inicial pode ser a metformina, as sultoniluréias ou as tiazolidinedionas. A insulina é a medicação primordial para pacientes com DM tipo I, sendo também muito importante para os pacientes com DM tipo II que não responderam ao tratamento com hipoglicemiantes orais.
Rastreamento: O rastreamento, a detecção e o tratamento das complicações crônicas do DM deve ser sempre realizado conforme diversas recomendações. Essa abordagem está indicada após 5 anos do diagnóstico de DM tipo I, no momento do diagnóstico do DM tipo II, e a seguir anualmente. Esta investigação inclui o exame de fundo de olho com pupila dilatada, a microalbuminúria de 24 horas ou em amostra, a creatinina sérica e o teste de esforço. Uma adequada analise do perfil lipídico, a pesquisa da sensibilidade profunda dos pés deve ser realizada com mofilamento ou diapasão, e um exame completo dos pulsos periféricos dever ser realizada em cada consulta do paciente. Uma vez detectadas as complicações existem tratamentos específicos, os quais serão melhor detalhados em outros artigos desse site.

COMO SE PREVINE ?

A prevenção do DM só pode ser realizada no tipo II e nas formas associadas a outras alterações pancreáticas. No DM tipo I, na medida em que o mesmo se desenvolve a partir de alterações auto-imunes, essas podem ser até mesmo identificadas antes do estado de aumento do açúcar no sangue. Esse diagnóstico precoce não pode ser confundido porém com prevenção, que ainda não é disponível.
No DM tipo II, na medida em que uma série de fatores de risco são bem conhecidos, pacientes que sejam portadores dessas alterações podem ser rastreados periodicamente e orientados a adotarem comportamentos e medidas que os retire do grupo de risco.
Assim é que pacientes com história familiar de DM, devem ser orientados a:

manter peso normal
praticar atividade física regular
não fumar
controlar a pressão arterial
evitar medicamentos que potencialmente possam agredir o pâncreas (cortisona, diuréticos tiazídicos)
Essas medidas, sendo adotadas precocemente, podem resultar no não aparecimento do DM em pessoa geneticamente predisposta, ou levar a um retardo importante no seu aparecimento e na severidade de suas complicações.